A estenose do canal lombar é uma das causas mais comuns e incapacitantes de dor lombar e dor nas pernas, principalmente entre os idosos. Estima-se que mais de 103 milhões de pessoas em todo o mundo sofram com essa condição. Apesar de ser um problema frequente, a maioria dos casos pode ser tratada sem cirurgia.
O que é a estenose do canal lombar?
A estenose lombar ocorre quando o canal vertebral — por onde passa a medula espinhal — se estreita, comprimindo os nervos. Essa compressão provoca sintomas como dor nas costas, formigamento e fraqueza nas pernas, que geralmente pioram ao ficar em pé ou caminhar, e melhoram ao se inclinar para frente.
Nos Estados Unidos, a prevalência da estenose lombar é de cerca de 11% em adultos, aumentando conforme a idade.

Diagnóstico da estenose lombar
O diagnóstico é feito com base no histórico clínico do paciente e confirmado por exames de imagem, como a tomografia computadorizada e a ressonância magnética (RM).
Os sintomas clássicos incluem:
- Dor lombar que irradia para as pernas;
- Piora da dor ao caminhar ou ficar em pé;
- Alívio ao sentar-se ou inclinar o tronco para frente;
- Sensação de fraqueza ou dormência nas pernas.
Tratamento não cirúrgico
O tratamento conservador é a primeira linha de cuidado e inclui:
- Modificação das atividades diárias, evitando longos períodos em pé;
- Uso de medicamentos anti-inflamatórios (AINEs) para alívio da dor;
- Fisioterapia voltada para fortalecimento e alongamento da musculatura lombar.
Estudos mostram que, entre pacientes acompanhados por até 3 anos sem cirurgia:
- Cerca de 1/3 apresentou melhora;
- 50% mantiveram os sintomas estáveis;
- E entre 10% a 20% tiveram piora dos sintomas.
Quando a cirurgia é necessária?
Nos casos em que a dor e as limitações persistem, pode ser indicada a cirurgia descompressiva, que visa ampliar o canal vertebral e aliviar a compressão nervosa.
Pesquisas indicam que pacientes submetidos à laminectomia descompressiva tiveram melhora significativa no índice de incapacidade funcional quando comparados ao tratamento não cirúrgico.
Para casos de estenose lombar com espondilolistese (deslizamento vertebral), pode ser necessária a fusão lombar (artrodese). No entanto, nem sempre ela é obrigatória, já que apresenta maior risco de complicações, como:
- Perda de sangue;
- Infecção;
- Maior tempo de internação;
- Custos hospitalares mais altos.
Estudos comparativos mostram resultados semelhantes entre pacientes tratados apenas com descompressão e aqueles submetidos à descompressão com fusão.
Cirurgia endoscópica: uma opção moderna e menos invasiva
A técnica endoscópica da coluna vem ganhando destaque por ser minimamente invasiva. Entre suas vantagens estão:
- Menor perda de sangue;
- Redução do risco de infecção;
- Internação hospitalar mais curta;
- Recuperação mais rápida e com menos dor pós-operatória;
- Retorno precoce às atividades e ao trabalho.
Esses benefícios são especialmente relevantes para a população idosa, que costuma apresentar maior sensibilidade a procedimentos cirúrgicos tradicionais.
Conclusão
A estenose espinhal lombar afeta milhões de pessoas em todo o mundo e pode comprometer significativamente a qualidade de vida.
O tratamento deve ser individualizado, começando com medidas conservadoras e, se necessário, avançando para cirurgias descompressivas — que podem ser realizadas por via tradicional ou endoscópica, dependendo da indicação médica.
Independentemente da abordagem, o diagnóstico precoce e o acompanhamento com um especialista em coluna são fundamentais para o sucesso do tratamento e a recuperação funcional do paciente.


